"Capacitação:
Analistas desenvolvem analistas"
A diferença crucial entre as equipes esportivas e as corporativas é a
capacitação. Enquanto os esportistas treinam 90% do seu tempo para estarem
dentro do nível desejado de suas habilidades e competências, no ambiente
corporativo falta tempo e capacitação. Dificilmente encontramos uma empresa com
cargas horárias de treinamento e capacitação compatíveis às necessidades da
função e do ambiente. Sempre encontramos as mais diversas desculpas para tal,
até delegamos isso para nossos profissionais.
Sempre tive o posicionamento de que nossa carreira é um bem muito
precioso para que deleguemos a terceiros, logo, entendo que se queremos algo
melhor em nossa carreira e vida, precisamos buscar sempre nos capacitarmos. É
isso que fará com que nos tornemos profissionais diferenciados, com
competências atualizadas e obviamente, prontas para o mercado. Contudo, as
empresas devem manter o conhecimento gerado internamente e muita vezes para
isso, o treinamento intraprofissionais deve ser valorizado, além de ser uma das
poucas formas de desenvolver suas equipes de maneira assertiva, afinal o Just
in time é a chave deste modelo.
Dentro da teoria do ciclo virtuoso de ensino, devemos saber nos utilizar
dos ensinamentos de Confúcio: “ouço e
esqueço. Vejo e me lembro. Faço e entendo. ” Nesta linha, importante que nossos
profissionais mais experientes ou com melhor desempenho, ratifiquem suas
competências desenvolvendo outros profissionais. Isso certamente o trará uma
maior maturidade e dará ao mesmo o implícito feedback do reconhecimento do seu
trabalho.
É óbvio que não estou dizendo aqui que esta modelo substitui qualquer
forma de capacitação. Está muito longe disso, afinal, treinamentos externos
ajudam a mudança de visão, benchmarking e muitas outras oportunidades de troca
e ganhos de conhecimento, mas o treinamento interno, mais focado em conteúdos
técnico-operacionais do dia a dia, evita a grande perda de conhecimento tão
rotineira nas organizações.
Há hoje uma dificuldade muito grande das empresas em demonstrar o ROI
dos investimentos em capacitação, ora por conta do risco do investimento em
profissionais que se vão muito rapidamente do ambiente, ora pelos custos
elevados da manutenção dos mesmos nas operações, inteligente é fazer com que o
conhecimento viva aquecido por profissionais chaves e preparados para assumirem
posições mais estratégicas.
Algumas vantagens neste modelo de capacitação:
1. Aumento
da satisfação do profissional que assume esta tarefa.
2. Melhora
a visão do profissional que está recebendo o treinamento quanto às
oportunidades de exposição na empresa.
3. Mais
envolvimento do analista com o negócio do cliente.
4. Melhora
na postura do profissional perante os colegas.
5. Aumento
de vínculo com a liderança.
6. Desenvolvimento
das competências de gestão da qualidade.
7. Desenvolvimento
de competências comportamentais.
Vejam
que são grandes as oportunidades que temos quando temos a visão de desenvolver
nossos profissionais e equipes. Desenvolvimento interno, novas oportunidades,
melhor capacitação, motivação, manutenção de talentos, são frutos obtidos
quando analistas desenvolvem analistas.
Importante
compreender também, que nem só de pão vive o homem. Os desafios também se
apresentam, pois é necessário que o líder tome cuidados com algumas situações,
a saber:
1. Deixar
claro ao profissional as oportunidades e importância desta atividade.
2. Apoiar
o profissional na interação junto aos colegas, afinal poderá ser alvo de
críticas.
3. Reconhecer
de forma clara e explícita seu trabalho.
4. Apoiar
no desenvolvimento do conhecimento junto ao cliente e seu negócio.
Enfim,
no ambiente de suporte e atendimento ao cliente, devemos sempre trabalhar em
busca do desenvolvimento de nosso capital humano, tarefa que não é simples e
muito esquecida pela maioria das empresas e líderes. Contudo, fazê-lo de
qualquer maneira também não é uma solução, logo, acredito que podemos trabalhar
de forma muito satisfatória a teoria do ciclo virtuoso de ensino, onde há muito
o que fazer com as competências internas. Sabemos bem que o conhecimento
explícito é muito menor do que o implícito devido à tudo que vivemos em nossos
ambientes corporativos, mas devemos lembrar que vivemos na era da colaboração e
que todos curtem e compartilham aquilo em que acreditam e informação como
diferencial pode ser a grande oportunidade de fazer de seu ambiente um lugar
mais integrado.
Abraços
Adilson Robes
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